Em 'To the Wonder', Terence Malick explora a forma como o amor (paixão, simpatia, obrigação, tristeza, indecisão)
e as suas fases e épocas,
podem transformar,
destruir
e reinventar vidas.
Fotografia muito boa!!
Sem guias para finais felizes.
Há filmes que diluem a densidade dos nossos desequilíbrios….
Pena que tenham SEMPRE a trivialidade dos finais previsíveis!
Li pela primeira vez, 'O diário de Anne FranK', com 12 anos.
Para mim, Anne era uma menina, com sonhos, segredos, projectos, ansiedades e angustias, como todas as meninas de 12 anos .
Esperava encontrar uma menina heroína: Mas ela era 'apenas' uma menina como eu. Por isso o seu testemunho era muito mais forte e intenso para mim. Por isso eu ria com as suas patetices e chorava com os seus dramas.
Foi com ela que relembrei a estupidez da guerra e a relatividade dos 'não' problemas.
Neste dia, Internacional da Memória do Holocausto, o meu post vai para a Anne e para todos, que ainda hoje, são vítimas de todos os tipos de tortura.
' Basta de brincadeira, deixa-me falar a sério. Não parecerá inconcebível ao Mundo, depois da guerra - digamos dez anos depois -, o que nós, os judeus, contarmos sobre a nossa vida aqui, as nossas conversas e as nossas refeições? Pois embora te tenha contado muita coisa, tu ainda só ficaste a saber uma pequena parcela desta vida.
O medo das senhoras, quando há bombardeamentos como os do Domingo passado, em que trezentos e cinquenta aviões ingleses lançaram meio milhão de quilos de dinamite sobre Ijmuiden e as casas estremeceram como as folhas com o vento.
E o terror das epidemias que grassam no país! Disto ainda sabes pouco, e seria preciso que eu escrevesse todo o dia se quisesse fazer um relatório completo. A população forma bichas para comprar hortaliça ou seja o que for. Os médicos não podem visitar os seus doentes, porque lhes roubaram o automóvel ou a bicicleta. Ouve-se falar de pequenos furtos e de roubos em grande escala, e eu pergunto a cada passo o que foi feito da honestidade dos holandeses, quase proverbial?
Crianças dos oito aos onze anos partem os vidros das habitações alheias e tiram tudo o que lhes vem parar às mãos. Ninguém tem coragem de deixar ficar a sua casa abandonada durante cinco minutos, pois, ao voltar, pode muito bem encontrá-la vazia. Todos os dias se leem nos jornais anúncios em que se prometem gratificações pela entrega de coisas roubadas, máquinas de escrever, tapetes persas, relógios eléctricos, tecidos, etc., etc. Os relógios das ruas são desmontados, e até se tiram os telefones das cabinas sem deixar ficar um pedaço de fio sequer.'
(...)
'Estas perguntas são legítimas, mas até agora ninguém soube encontrar-lhes uma resposta satisfatória. Porque é que na Inglaterra se constroem aviões cada vez maiores, bombas cada vez mais pesadas e, ao mesmo tempo, se reconstroem filas de casas? Porque é que se gastam todos os dias milhões para a guerra, se não há dinheiro para a medicina, os artistas e os pobres? Porque é que há homens a passar fome se, em outros continentes, apodrecem víveres? Porque é que os homens são tão insensatos?'
(...)
'Se Deus me deixar viver, hei-de ir mais longe do que a mãe. Não quero ficar insignificante. Quero conquistar o meu lugar no Mundo e trabalhar para a Humanidade.
O que sei é que a Coragem e a Alegria são os factores mais importantes na vida!'
Anne Frank
Não prepares as palavras que gritas.
Fala consoante a loucura que te seduziu.
Enforca-te, bravo Crillon, eles te tirarão da forca com o seu Isso depende.
Daquilo que tem a cabeça sobre os ombros, abstem-te.
Forma os teus olhos fechando-os.
Deixa a madrugada aumentar a ferrugem dos teus sonhos.
Desenha na poeira os jogos desinteressados do teu tédio.
Nunca esperes por ti.
- André Breton e Paul Éluard
in A Imaculada Concepção, Estúdios Cor
O cinema turco tem se destacado em festivais internacionais.
Em 2008, Nuri Bilge Ceylan foi premiado o melhor director em Cannes pelo impactante drama ‘3 Macacos’ e, no ano passado, o singelo ‘Um Doce Olhar’, de Semih Kaplanoglu, saiu de Berlim com o Urso de Ouro.
Já em 2006 Reha Erdem surpreendeu-me com ‘Tempos e Ventos’.
Vi ‘ Mel’ em 2011 e deslumbrei-me com a beleza das imagens e a pureza da infância e da natureza.
Ontem vi ‘Ask Tesadüfleri Sever’ ,traduzido para inglês , ‘Love likes Coincidences’ de Omer Faruk Sorak . Está na minha cabeça….apesar da hipérbole ,às vezes arrebatadora, de acasos….Veio confirmar e dar doçura à ‘minha’ teoria das coincidências.
Não há coincidências! Nada acontece por acaso.
Há escolhas, opções, empatias, desafios, sincronicidades,….e mapas, que felizmente desconhecemos…e nos fazem seguir em frente! Adorei!
Gosto de cinema em tardes de Verão.
Sozinha.
Sozinha...em salas cheias de pessoas pouco solitárias, mas sozinhas.
Hoje porém estava literalmente bem acompanhada.
Uma sala... . Uma tarde de Verão... Uma sala só para mim.
Evasões de Verão.
Partir, drama francês de Catherine Corsini, assumidamente, procura homenagear o cineasta François Truffaut (1932-1984). Não só por abordar um tema amoroso e fatalista, como por usar, em sua trilha sonora, parte das músicas de Georges Delerue - compositor favorito de Truffaut - para seu drama A Mulher do Lado (1981). O ponto forte é mesmo a interpretação de Kristin Scott Thomas, entregando-se totalmente à personagem e falando um francês impecável - como visto no recente "Há Tanto Tempo que Te Amo," de Philippe Claudel.
Amor com Amor se Paga (Um acto teatral para Mário Viegas) é uma peça, ou melhor, é um conjunto de actos teatrais, que se assumem no seu todo como uma sentida homenagem ao co-fundador da Companhia Teatral do Chiado no ano em que esta comemora 20 anos de actividade artística. Juvenal Garcês assume-se como o Mestre de Cerimónias deste espectáculo, acumulando a função de encenador e "aparador" de textos da autoria de Anton Tchékhov, August Strindberg, Henrik Ibsen e Karl Valentin. Sempre de uma forma cómica, o espectáculo aborda temas como o amor, a desilusão e a perda. É a transposição cénica da máxima de Mário Viegas: "A vida é uma anedota muito séria". É o espectáculo que teria posto Mário Viegas a chorar a rir e a rir de tanto chorar. Mas sempre a rir.
« A Casa de Bernarda Alba, uma história aparentemente simples, é, no entanto, um autêntico bilro de intenções e mensagens, onde destaco a violência e a agressividade. Tão humanos que nós somos. Tão capazes de tudo.
Uma família fechada, uma sociedade fechada, cheia de padrões. Não vou aqui discuti-los, mas sei que é preciso continuar, tal como Lorca, a analisá-los e, se preciso for, a intervir, usando aquilo de que somos feitos.
Este texto fala-nos de violência, opressão, medo, humilhação e consequente revolta e poesia. Não estamos assim tão longe desta realidade escrita em 1936, ano em que o seu autor foi fuzilado. Continuamos como podemos, apesar de todos os dias nos chegarem notícias de violência e opressão. Continuamos como podemos. As palavras são pontes. Tudo o que se diz transforma a realidade do artista.»
A dose de criatividade e de estranheza, neste limiar, entre a realidade e as nossas neuroses.
Por Philip Seymour. Agora também na realização.
Já no vídeo Zone.
- UM HOMEM SINGULAR
Los Angeles, 1962, no pico da Crise dos Mísseis de Cuba.
George Falconer é um professor universitário de 52 anos, a tentar encontrar de novo um sentido para a vida, depois da morte do seu companheiro de sempre, Jim.
George mergulha no passado e não consegue imaginar o seu futuro, quando o acompanhamos durante um único dia, onde uma série de encontros e acontecimentos o levam a decidir se afinal haverá ou não sentido para a vida depois de Jim. George é consolado pela sua amiga chegada Charley, uma beldade de 48 anos, também ela a lutar com as suas próprias questões acerca do futuro. E um jovem estudante de George, Kenny, que se está a aceitar como ele é, persegue George, vendo nele uma alma gémea…
“Cinzas e Sangue” é o primeiro filme da actriz Fanny Ardant, enquanto realizadora, num registo negro e sombrio, no seio de um drama familiar, marcado por um fatalismo inexorável, com a produção de Paulo Branco, que marcou presença no Festival de Cannes.
Judith (Ronit Elkabetz), vive no exilio com os seus três filhos, depois da morte trágica do seu marido. O regresso à terra natal ocorre dez anos depois, por ocasião da celebração do casamento de uma prima. Envolta em secretismo, é a vida de Judith e seu regresso, que marcam a história deste filme.
A ver, no KING.
...e livrai-nos do mal (Manuel Halpern)
Michael Haneke fez o mais dreyeriano dos seus filmes, na Alemanha soturna, protestante e a preto-e-branco, dos anos 10, só que o Dreyer de Haneke, não é um Dreyer puro: todos morrem, ninguém ressuscita. O Laço Branco talvez seja o ponto em que Haneke se cruza não só com Dreyer, mas também com Lars Von Trier, porque há uma demência latente e perturbadora, comum de resto a toda a cinematografia do realizador alemão.
Uma obra-prima, um clássico, um filme que se vê como quem lê um grande romance da história da literatura, com múltiplas leituras, ligações, patamares, personagens bi-dimensionais, tridimensionais (como Avatar não tem), inteligência narrativa, teias complexas, portas fechadas e outras que nunca se fecham, mistério, suspense, densidade narrativa... Uma história que fica na História do cinema.
E se não parecesse ridículo, insistiria que, até agora, é o melhor filme do ano.
"Quase desejava
que fôssemos borboletas
para vivermos somente
três dias de Verão.
Tais dias encheria
com tamanhas delícias
como cinquenta anos normais
nunca abarcariam."
Jonh Keats
Regressar de férias pelas praias de Agnés!
Tal como as ondas, as memórias vêm e vão. Um documentário brilhantemente solar, em tempo desta inóspita reentrée.
«Estou convencida de que se abrissem as pessoas se descobririam paisagens dentro delas. Dentro de mim estão praias.» Praias e as memórias que esvoaçam à sua volta, «como moscas desorientadas».
Depois de ter prenunciado um novo olhar, um novo cinema, uma nova arte , Varda salta de registo em registo, ora dramático, ora teatral, ora revivalista, ora cómico, ora surrealista, ora burlesco, ora realista, ora romântico.....colorido, luminoso,.... a preto e branco.
Ela vive, tão intensamente o momento, num filme feito de acasos... pura emoção.
Agnés, diz, que é um filme puzzle, e que faltam peças. “Não temos o modelo, porque o modelo constrói-se enquanto se faz o filme, com a montagem.”
Mas foi brilhante o trabalho para unificar as peças desse puzzle, valeu a pena, pelo tom adquirido, pela montagem, pelo planar das ideias, pela nostalgia...pela partilha.
Gostei muito!.
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