Remexo em gavetas, elimino coisas supérfluas, reencaminho, reutilizo, reduzo, remexo….mexo em energias paradas ….relembro, revivo, ensaco, encaixo, desencaixo, dou, partilho, divido, agradeço,……abro mão…..deixo ir…liberto.
Esse remexer traz dor….tal como as feridas que antes de sararem têm de purgar e doer.
Só depois vem a calma…… espaço p’ra Ser.
A cura.
Remexo em gavetas. … Fico desaconselhável.
A ferida está a doer.
319
O mar é a minha mais antiga obsessão. Vivi sempre perto do mar e dum mar que encheu a minha infância de alterosas vagas povoando de terror os meus sonhos. Mas longe do mar ainda hoje sinto um inexplicável exílio.
Penso nisto lendo um livro de A.S. De repente, na página 289, está escrito: envelhecer é multiplicar-se interiormente.
Ana Hatherly, "351 Tisanas", Quimera Editores, Lisboa 1997
A partir de hoje no Teatro do Bairro.
Toda a viagem é uma viagem à India,
ou seja,
a viagem à India é a viagem da vida.
Essa viagem ‘ exige-nos que a refaçamos perpetuamente como para nos convencermos que a mais onírica das nossas peripécias, da nossa pequenez, não foi somente um sonho’. (…) ‘E quando de todo os últimos ecos de uns e de outros se extinguiram, e ficou a lembrança nunca extinta desse momento imperial exigindo de nós a repetição simbólica da viagem das viagens num mundo onde a viagem é só quase imagem poética ou mesmo anacrónica.’
E este chamado, intrínseco e audível é a nossa peregrinação, única e necessária, urgente e voraz. Viagem ao nosso sublime e simples interior, lá, onde nos reconhecemos e conectamos com o sagrado. É hora , então , de içar as velas, soltar as amarras e partir!
…………….Ah! Mas falta ainda arrumar as gavetas !...Esperas?
O pão
Há pessoas que amam
Com os dedos todos sobre a mesa.
Aquecem o pão com o suor do rosto
E quando as perdemos estão sempre
Ao nosso lado.
Por enquanto não nos tocam:
A lua encontra o pão caiado que comemos
Enquanto o riso das promessas destila
Na solidão da erva.
Estas pessoas são o chão
Onde erguemos o sol que nos falhou os dedos
E pôs um fruto negro no lugar do coração.
Estas pessoas são o chão
Que não precisa de voar.
Rui Costa ( 1972- 2012)
Os poetas continuam a viver intensamente, cada segundo,......tendo crises invisíveis,atirando-se de pontes, cortando os pulsos.....
A poucos meses de completar 71 anos, a histórica Livraria Portugal (Chiado, Lisboa) anuncia que vai fechar as portas.
«Os livros vendem-se hoje em todo o lado: nas grandes superfícies, na Internet, nos correios, a preços e com condições que não podemos acompanhar», justifica António Machado, livreiro há quatro décadas. «O que me dói mais é que contactámos livreiros para tentar deixar este espaço a quem continue no mesmo negócio, mas nenhum se mostrou interessado.»
Mais acima, a FNAC transborda de novidades. Mas, em jeito de exercício cruel,procurando uma edição da Lírica de Camões, não se encontra e uma edição de '' Os Lusídadas''? Também não.
É o fim das livrarias de rua . Ilusória , hoje,a concepção genérica do livro como bem cultural. Regras de mercado fraudulentas e viciadas.
Também no cinema, a situação é cada vez mais corrompida. A menos de um mês da entrega dos Óscares, é falacioso pensar em transparência na atribuição de prémios . Jogos de distribuidoras, lobbys e pressões retiram grande parte da genuinidade e magia do evento.
Cultura de massas.....
Vou continuar o estudo...agora!
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